Ah... As surpresas da cidade grande. Lembram-se da história dos dois caminhos da Chapeuzinho Vermelho? Acho que fiz o caminho mais longo hoje, incrivelmente um trecho de 10 minutos se transformou em uma hora. Resultado: mais 3 horas na rodoviária para pegar outro ônibus, aguardem até eu ter meu helicóptero...
Enfim, não quero lamentar, são coisas que acontecem, paciência, melhor o caminho longo do que ter encontrado o lobo mau. Justo? Chega de metáforas, pelo menos com conto de fadas, vamos ao que importa.
Tenho insights, existem momentos que apenas uma palavra me desperta uma dissertação. Esse é mais um caso, de uma conversa descontraída minha mente se aqueceu e me deu certos pensamentos.
Muitas pessoas têm dificuldade em serem elogiadas. Os elogios, para estes, geram um rubor no rosto, uma risadinha tímida e certo acanhamento com palavras que nada falam: “Que isso? Ah, jamais... He-he”.
Eu não sou desse tipo, gosto de ser elogiado, não tenho vergonha de ser bom e nem me culpo por isso: “Ah, obrigado, sou bom mesmo nisso.” Ok! Posso até concordar que há certo ar de arrogância, no entanto questiono: qual a linha que separa a modéstia com condição análoga de minimização própria? Qual o problema em ser bom em algo? Qual o problema em assumir ser perito em algo?
Não quero questionar a raiz desse mal universal, apesar de me coçar para apontar alguns culpados, no entanto, temos problemas em nos admirarmos, acreditamos que falar que não somos tão bons nos fará mais aceitos, mais queridos... “Nossa, como ele é modesto.” Modéstia é mesmo um elogio??? Se achar aquém é ser elogiado??? Isso é problema de quem não se enfrenta. Reconhecer pontos fortes é reconhecer que temos pontos fracos a melhorar.
Por favor, não entenda que deve se vangloriar ou desfilar com camisetas do tipo “sou foda”, não! Não, para, não é isso! Nada disso... As boas condutas que visam à aceitação, em geral estão ligadas a criações de comportamentos monstruosos que só percebemos com o tempo. Por outro prisma, uma boa modéstia não deixa de ser um falso moralismo, é simplesmente compactuar com os pequenos que acham que devemos nos mensurar como pequenos. Se conhecer, se assumir está totalmente linkado a ser alguém nobre. Se você é bom, não precisa negar; se é bonito, não precisa se diminuir; se é espetacular, acredite, o melhor é assumir isso.
Paremos de focar nossos erros, nossas debilidades, nossas dificuldades. Eca! Todos nós temos que mudar, fato! Mas o que impressiona em nós são nossas habilidades, sim, essas que muitas fazemos questão de diminuir e por vezes esconder ou negar.
Não estou interessado no teu erro, isso a gente resolve no caminho, me mostre o quanto você é magnífico, e isso você sabe muito bem o quanto é!
Responda em 5 segundos: você é bom em que? 5...4...3...2...1... Se teve dificuldade, se reveja urgentemente.