quarta-feira, 24 de março de 2010

O mal não é mau?

Estava voltando para casa e ouvi algo de um rapaz que me deixou intrigado, e diante da possibilidade de estar ao lado de um possível ou aspirante a psicopata. Bom, psicopata é psicopata e não treina pra isso, é congênito, mas senti certo affair desse rapaz pela leviandade. Este jovem estava conversando com uma garota e soltou a máxima: “gostaria de ser mais filho da p*, eu me apego demais, eu gostaria de no outro dia falar para a garota esquecer de mim, que aquilo foi só diversão!” Deve ter passado por uma decepção horrenda, o que não justifica em nada o vil pensamento.

Parei, fiquei levemente chocado, olhei de soslaio: um rapazinho meio marombadinho candidato a anão, nesse momento meu eu argumentador e colunista veio à tona, levantei ,então, em pensamentos, questões que podem ser correlacionadas com esse axíoma medíocre: “gostaria de ser ladrão, mas infelizmente só consigo ser honesto” ou ainda “gostaria de ser serial killer, mas fui ensinado a amar as pessoas”. Impressão minha ou valores estão sendo completamente distorcidos? Espera, pára tudo, impressão minha ou Satan Goss é mais admirado que o Jaspion? Coração Gelado ou Ursinhos Carinhosos? Quase-nada ou Chapolin? Homem-aranha ou Duende Verde? Elis ou Rebolation? Hei??? Juro que depois desse absurdo que ouvi esperei que alguém num beliscão me acordasse. Incontestavelmente estava num mundo completamente lúcido, ACORDADO!

Não sou tão velho, sei que muitos amigos meus já estão casando, mas dizem que a evidência da velhice é morte dos amigos, então tenho chão ainda. Impossível que bondade seja algo retrógrado, inadmissível supor que compadecer de sentimentos que não são seus seja algo ultrapassado, inaceitável que o altruísmo seja renegado! Não, não posso me conformar, minha proposta inicial para esse blog era justamente me exorcizar de sentimentos egoístas, vejo nessa hora, que de egoísta eu passo longe, acredito que esteja precisando de aulas, pensar somente em mim até que não é tão oneroso, mas fazer o mal de forma consciente? Premeditar o mal, articular, querer ter o título de filho da p*? Hã? Quando começou essa corrente? De quem é a culpa? Alguém tem que arcar com isso, alguém tem que abraçar seu filho, e garanto que esse descendente ninguém terá vergonha de matar, acredito que a vergonha será em assumir.

Muitas vezes não sabemos do que nossas ações são capazes de espelhar, não acreditamos que somos vigiados e querendo ou não pessoas nos usam como referência. Sei que sua vida imunda, fétida e nauseabunda faz-te crer que ninguém jamais te usaria como exemplo, infelizmente, querido, geramos admiração e ódio, e ambos são “colados”, e ainda é notório salientar que pequenas e vis atitudes têm movimento gradativo. O monstro de hoje é a minúscula falha de ontem.

Reclamamos de nossos governantes, mas em menores proporções fazemos o mesmo. É o espelho de nossos desejos, meu único arrependimento foi não ter jogado aquele garoto nos trilhos do metrô, assim acabaria com uma geração de filhos das p* em potencial, se ele não conseguiu ser um, seu filho realizará seu sonho incubado.

Creia, somos monitorados, e copiados!

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