domingo, 9 de maio de 2010

Padronizar é atributo de déspota

Padrão, conforme prometido no texto abaixo. Ao som de Bee Gees na Tropical FM, me pergunto como alguém pôde fazer tanto sucesso cantando no falsete, definitivamente fora do padrão. Enfim, discorramos, ao fim do texto entenderemos tacitamente o motivo do sucesso...

Aurélio definiria sucintamente ‘padrão’ como: “aquilo que serve de base ou norma para a avaliação de qualidade”. Convenhamos, Aurélio não é muito poético. Eu defino padrão como prisão.

Ao longo da humanidade vemos que as pessoas que se destacaram foram unicamente as que não se conformaram com os padrões, com os arquétipos. As pessoas que chamam a atenção são simplesmente as que ignoram ou desconhecem os padrões, exemplificando, podemos olhar para Galileu ao falar da redondeza da Terra, ainda o Presidente Lula com seu discurso popular ou mesmo a “sirigaita” da vizinha que se porta mal em uma festa. Os exemplos são distintos, porém essas pessoas fogem do padrão, e consequentemente por esta atitude ousada são sempre as mais lembradas, seja para fofoca, chacotas ou atos intelectuais.

O padrão nos limita, e por vezes nos engana.

Dentro dos meus dons, numa definição espírita, tenho um que se assemelha ao carma. Tenho certa habilidade para aconselhar, e a busca por estas palavras de conforto e decisões geralmente são relativas ao coração. Não! Não sou cardiologista, quis dizer que são coisas dos amores. E aqui também temos as grades do padrão.

Há pessoas que se prendem em paixões visivelmente falidas desde o início. Levam estes relacionamentos em banho-maria, sim, é comum, e numa crise um pouco mais ácida, pessoas como eu geralmente são acionadas para usarem o seu carma na tentativa frustrada de melhorar algo. Ao longo de vários ‘causos’ cheguei à conclusão que o padrão não cabe em relacionamento. A realização e a felicidade são muito pessoais para que possamos mensurar pelo outro. Como posso saber que um relacionamento doente, no meu padrão, poderá ser melhor às partes com o seu término? Como posso saber se a dor não é a melhor coisa para o outro?

Quem sou eu, e quem é você para saber se pode privar o outro com os padrões nossos? Ao trazer verdades absolutas privo as pessoas de serem pessoais, de serem únicas.

O problema é que nossas verdades são definidas para nós mesmos, não chegamos a verdades baseadas na vida de outro, e sim única e exclusivamente na nossa vida, mas ao aplicá-la não titubeamos um segundo sequer a atrelar um conteúdo particular em outra pessoa. Nossos padrões, nossas verdades e nossas conclusões são feitas na moldura de nossa vida, e para torná-las públicas devemos entender que os moldes de cada um são distintos. Uma vida “infeliz” do lado de quem ama, pode ser melhor que uma vida “feliz” longe desta pessoa, não importa em que a situação culminou, importa o bônus que te gerou, mesmo que isso contradiga o padrão, mas contradiz o padrão de quem? Ser doente é opcional, mas na clínica da alma a doença é difícil de ser averiguada. E ainda, quem disse que a doença não é algo bom?

Existem deformidades em nossas vidas que não esbarram em princípio algum, não confronta cristianismo, religião, bons costumes, moral e ética. Por que cessá-las?

Ao arrumarmos nossas vidas partimos da premissa do alcance da perfeição, como se aquele pequeno erro quando sanado transformaria a vida por inteiro e tiraria toda e qualquer mácula. Doce ilusão!

Cá entre nós, mesmo que limpássemos qualquer sujeirinha causada pela falta de padrão, sempre algo sobraria, já que somos falhos. Então por que limpar aquilo que nos dá prazer? Já que sempre resta algo não-padronizado, que demos preferência ao “despadronizado” prazeroso.

Quero e vou gozar no final!*

*parafraseando Rita Lee

11 comentários:

  1. Um comportamento que foge do padrão, quando relevante, acaba por criar outros padrões.
    E além de tudo, o padrão serve como um freio social. O chamado código da boa conduta. A religião é exatamente a mesma coisa, impede a plenitude do ser(verbo) humano.
    Um religioso que contesta padrões ao meu ver soa como "o rasgado falando do furado". Toda a história da sociedade humana foi construída sobre os alicerces do PADRÃO. Uma pessoa que foge do padrão pode ser considerada um ser magnífico, mas se todos fugissêmos do padrão, a catástrofe estaria anunciada.

    Desde já peço desculpas por qualquer inconveniência do meu comentário, sou um fiel seguidor do blog e de fato seus textos são um divertimento após um dia cansativo, no entanto, permita-me discordar deste último.

    Um forte abraço Davi.

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  2. Porém...
    Apesar de achar, você não pensa tão diferente de mim...
    Quebrar padrões deve ser rotina de poucos... Da mesma forma que seria o caos se todos quebrassem, se ninguém o fizesse morreríamos de monotonia.

    Aliás, gostaria muito de saber quem é você!
    Achei que fosse meu amigo Marcelo, mas acabou de me dizer que não.

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  3. Hum, interessante, e por experiencia própria, eu mesmo fujo do padrão, não nasci perfeita, com a doença e com o tratamento, veio a deficiência,portanto, não sou o padrão,sou ao contrário do padrão.... bjs

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  4. "...Uma vida “infeliz” do lado de quem ama, pode ser melhor que uma vida “feliz” longe desta pessoa, não importa em que a situação culminou, importa o bônus que te gerou, mesmo que isso contradiga o padrão... "

    Desculpa, querido Davi, mas acredito que você precisa de cura para sua alma! A felicidade existe e ela está justamente ao lado de quem se ama e não precisa fugir ao padrão para que isso se concretize.

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  5. Putz, vou ao postinho hoje mesmo atrás de um remédio para curar minha alma!

    A pior doença é falar sobre algo que não entendeu. Antes de comentar, releia para não falar bobagens.

    Obrigado e volte sempre...

    Cordialmente...

    Só relembrando um ato ético: se for atacar, ataque as idéias, não o autor. Mesmo assim, se quiser alfinetar o autor, saia do anônimo, assim posso "esgrimar" contigo!

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  6. unidade na diversidade

    espaço para o padrao e para a fuga dele, a sabedoria de Deus não é uma só, nem se contradiz, ela é multi-forme!

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  7. se a felicidade está ao lado de quem se ama, se, porventura, por qualquer motivo, como no princiío da igreja, um crente for preso e mantido sem sociabilidade com ninguém ele será, inevitavelmente, infeliz? A graça não basta? A graça basta, porém a graça não garante ausência de dor.

    tudo coopera para o bem dos que amam a Deus, até quando há perda,dor e tristeza

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  8. Caro, Davi
    Minha intenção não foi atacar o autor, pois não o conheço. Sou um terapeuta e o tema do seu blog me despertou a atenção. Falei exatametne do que entendo.
    Seus textos são interessantes, porém, como profissional, ouso dizer que um pouco agressivos. Mas deixemos de lado minha análise, pois aparentemente você se ofendeu.
    Por motivos profissionais prefiro manter o anonimato.

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  9. Caro anônimo,
    Fico feliz que analise meu texto.
    Escrevo este blog sem ter que atender a um público, uso apenas como desabafos pessoais, portando algumas vezes soo agressivo justamente pela impessoalidade da proposta.
    Por favor, peço que continue analisando,além do ibope subir, quem sabe não me curo?

    Abraços, e gostaria sim de conhecê-lo, juro não proporciona-lhe retaliação, pelo menos não nos três primeiros dias. rs
    Aliás, não sei qual anônimo é você!

    Cordialmente,

    O blogueiro.

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  10. Os padrões deixam as pessoas limitadas.
    É isso q penso. No entanto, até q um padrão seja superado, para melhor, é bom te-lo como base.

    by Jacaré na lagoa

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