quinta-feira, 22 de julho de 2010

Sobre a dúvida

Poucas coisas me mantém acordado. Dormir é um bem difícil de ser retirado de mim. Tenho tendência natural e genética para boêmia. Apesar de alguns princípios pessoais me privarem das infinidades dos prazeres noturnos, sei que me sinto mais a vontade na noite, no silêncio, no anonimato. Mesmo tendo essa predisposição obscura, não posso dizer que sofro o mal da insônia. Facilmente pego no sono, e mantendo a idéia inicial, algumas coisas me mantém acordado quando, porém, meu sono vence, elas são objetos de meus sonhos.

São 4h38, acabei de ver a última temporada de House. Dividi esses capítulos de House com outro pensamento, aqui abro um desses elementos que faz parte deste seleto rol que me priva do descanso fácil.

A dúvida.

Tenho intenções, preceitos, expectativas, alguns destes são planejados a longo prazo, outros a curto, porém o fato de não saber sua consumação não faz de mim um sofredor da dúvida, faz de mim alguém que aguarda e luta para isso. Ao falar de dúvida digo especificamente do incerto, das entrelinhas, do “fica no ar”.

O problema da dúvida é o como a interpretamos. Ninguém simplesmente convive com a dúvida sem conjecturar sua resolução. Sei que os resultados variam de pessoa para pessoa, uns são mais esperançosos, agem como Poliana e outros como Murphy. Não sei muito bem qual é mais traumático, mas o fato é que a dúvida não é exclusiva por si só, não existe caráter de unicidade na dúvida, ela sempre atrela a si ou o pior final ou a esperança. Atenho-me a esperança.

Esperança cria sonhos, cria mundos e castelos. Essas criações são altamente fictícias e impalpáveis, por se tratarem de ilusão acredita-se que a perda deste mundo abstrato não haverá de proporcionar dores. Acho que neste caso nos equivocamos. A incerta esperança quando frustrada não toma caráter fictício, sua dor não perdoa e além da alma parece trazer dores ao corpo. Qual o poder da esperança em nossa vida?

O fato é que nossas dores são inevitáveis e refletir sobre a criação de um elixir para que elas se amenizem é no mínimo um pensamento de quem ousa fazer diferença. Aprendi que racionalidade e realidade são os atributos mais nobres para que passemos por esta vida. Idealizamos em demasiado o mundo, o pintamos de cores alegres e acreditamos que no fim tudo se encaixa, romantizamos a vida. Não podemos descartar a beleza das emoções, mas elas devem ser moderadas, devem ter tarjas pretas.

Entenda o que foi dito, limite-se apenas a interpretação do que foi explicado. É a arte de não padecer. Se te foi colocado a dúvida, entenda-a um não alcance, porque de fato o é. Só acredite no que é palpável quando estiver de fato em suas mãos. Sei que pode soar como pessimismo, mas baseando-se num mundo real, o pessimismo pode ser uma fórmula ótima para criar nossos anticorpos. Nunca se olvide que o pessimismo não é sinônimo de desistência, para mim ele é apenas a oportunidade de se deixar ser surpreendido.

Estou falando do coração? O que mais importa tanto?

Vale relembrar uma citação de uma pessoa que aprendi muito que sempre parafraseava Salomão: “a esperança adiada adoece o coração”.

Na dúvida, apenas se ame, pelo de nós podemos prever os resultados... Nem todos os resultados, mas...

Um comentário:

  1. Vc escreve difícil, mano!! O bom disso é q tento melhorar meu vocabulário.
    Acho q vc ñ ta falando de coração. =)
    Na dúvida, siga o coração! (:

    by Sardinha voadora

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