quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Não se erra por amar

Já faz algum tempo que não escrevo, salvo engano, neste mês não publiquei nada, mesmo assim ainda resta alguém que comenta aqui, acolá, lê um texto antigo, relê outro, enfim, sempre há movimento, e eu fico realmente feliz.

Todo esse tempo que fiquei sem escrever não quis dizer que fiquei sem inspiração, tenho temas a rodo, ontem, especialmente fui dormir mais cedo. Antes de dormir fiz uma sinopse mental do meu dia, dos meus dias, do meu passado, sim, “nostalgiei-me”.

Sou uma pessoa muito atenta aos sentimentos das pessoas, não que eu me movimente para ajudá-las ou ainda que eu seja o melhor ombro conselheiro, sou atento por pura curiosidade. Fico observando apenas para entender fatos e saborear a ironia humana, não sou nenhuma Madre Tereza. Primeiro porque não tenho a menor pretensão de ajudar pessoas nesse momento, segundo, detestaria morar em Calcutá. Mas, enfim, vale expressar... Me recorro ao tema “amor”.

Tenho ouvido muitas coisas nesses dias, São Paulo não é distante o suficiente para nos afastar do passado, e vira e mexe ouço algumas coisas de antigos amigos, algum chororô. Uns se perdem, outros acabam namoros, outros recomeçam, alguns começam novos sem terminar os velhos, a pluralidade da vida é interessante, e se tirarmos os olhos do moralismo, chega a ser bonita. Mas quero pensar sobre as atitudes decorrentes do amor.

Apesar de parecer ser uma pessoa distante, de inconscientemente querer passar a marra de ser alguém acima dos problemas e aquém da possibilidade da perda, eu não sou assim. Eu me apego, e sofro. Sei que muitos são assim, e o fato do sofrimento existir é algo genérico, o que diferencia cada pessoa dentro desse sofrimento é justamente o que ele desencadeia.

Eu não acredito que erramos quando amamos. Não mesmo! Esse pensamento pode ser largamente questionado, e gostaria muito de ler cada questionamento dele. Não acredito que qualquer atitude decorrente do amor seja errada. Desde entregar uma flor diariamente até a possibilidade de loucuras passionais. Se olharmos para um pai que se excede em repreender um filho, dando-lhe palmadas mais duras, entendemos que ele não fez aquilo porque é sua intenção, e sim por amor, pela esperança de que seu filho aprenda. Acredito que é fácil desvencilhar o erro de uma tentativa amorosa. O amor é nobre, e se a causa dele, isoladamente parece erro, ela é automaticamente justificada quando anexada novamente ao amor.

Diariamente pessoas são amaldiçoadas por amar. Alguns se jogam da ponte, outros se jogam no chocolate. Há aqueles que só se recuperam depois de se desidratarem, enquanto aqueles outros se isolam e esperam que o mundo esqueça-se dele, mas que a única pessoa que interessa não o esqueça. O que é amor? O que é amar? Quais as consequências? Vale a pena pagar esse preço?

Sei que todos nós já erramos por amar. Mas não consigo digerir que exista erro quando a intenção é sublime. Podemos nos exceder e agir da pior maneira possível, mas se o fizemos pelo verdadeiro amor é porque queríamos o melhor resultado.

Não se erra quando ama. Erra-se quando se arrepende de errar por amar.

É isso!

4 comentários:

  1. Penso igual...Parabéns, de novo, pelo texto!
    Eu sempre arrumo um tempinho para dar uma lida nos contos que vc me envia...curto bastante!
    Até o próximo treino ou até os jogos jurídicos!
    Beijos,
    Mari

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  2. O amor é lindo. (:


    by ....

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  3. Davi, concordo com você! Espero que o texto transmita exatamente o que você pensa, pois na verdade, não é o que você demonstrou um dia.

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  4. Num blog meio esquecido pelo dono, sou surpreendido por uma acusação contra mim. Eu sou uma pessoa que erra muito.
    Não sei quem é você, mas desculpe por ter errado.

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