sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Eu sou uma mentira!

Fatos irrelevantes me levaram a pensar nisso agora há pouco. No banho.

Escrevo, novamente, despretensiosamente. Não gosta? Eu sim. Basta. Ou não... Sei lá.

Gostaria de ser eu.

Como assim?

Eu mesmo, ser quem eu sou.

Gostaria de caminhar sem ter que murchar a barriga.

Gostaria de usar sandálias jesuítas, bermuda desfiada e ainda assim conseguir despacho do juiz na minha petição.

Gostaria de poder peidar sem cerimônias, sem ser de canto de bunda para ninguém saber que fui eu. É isso, queria peidar e rir, e xingar quem peidasse, de nomes bem feios.

Sabe, queria dizer que te amo, e ainda dizer que não queria te amar.

Queria te odiar. Merda!

Queria sempre dormir tarde, e acordar só quando conviesse.

Queria mostrar que não sou essa fortaleza. Queria que soubessem que tenho problemas, e além, queria demonstrar para os que sabem que os tenho, que não estou por cima deles.

Queria ver filme pornô quando acordasse, vestido com minha sandália e bermuda... Esquece a história de despachar minha petição.

Queria poder fazer comentários sem que o senso de aprovação me acusasse.
Quero ser livre.

Queria poder coçar a bunda em público, e depois cheirar o dedo. Terrível, eu sei, mas eu queria ser eu!

Queria ler mais livros e escrever mais, queria poder rir da cara de alguém ridículo, e não me perturbar com possibilidade de também ser alvo de zombaria.

Sabe... queria ser eu. Eu não sou quem vivo. Me fazem ser isso.

Se gostam de mim é porque gostam de como as circunstâncias me traçaram. Eu não sou assim, me forjaram!

Quem sou eu? Por que eu tenho que ser aprovado? Por que simplesmente não posso mandar as regras pra “pqp”?

Hei... Quero ser eu.

Queria parar na rua pra passar a mão num bichano. Queria comer comida gordurosa, e quero que se dane o brócolis.

Queria escolher a foto mais engraçada pro orkut, não a com cara de galã. Afinal, estou longe de sê-lo. Eu quero não ligar. Quero ser eu.

Queria olhar nos teus olhos e dizer “esse sou eu, me escolhi ser assim”.

Queria me orgulhar de ser o que queria ser e não sou.

O fato é que sou esses desejos narrados. Mas não demonstro ser isso. Sou uma mentira, uma mentira tão bem contada que eu próprio caio nela.

Sabe o que me conforta? Saber que você também é uma farsa.

O dia em que eu não precisar ser aprovado por ninguém, eu serei eu e mandarei notícia. Enquanto isso... Boa noite, amanhã tenho que despachar uma petição... De terno.



ps: Na foto Woody Allen. Esse sim soube ser ele, seus filmes são uma merda e ainda casou com a filha. Piedade.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Vamos pros 5.000???

Sem merchan, sem assessoria... Vamos nessa?
5.000 acessos???
Beijos, me liga!

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Pára tudo! Vamos começar de novo?

Novamente venho aqui para expor meu medo.

Poucas pessoas têm esse hábito, vindo de mim então, acredito ser uma grande vitória, já que sofro do mal da Síndrome de Super Herói (clique aqui). Mas em época de eleição as coisas mudam, até porque esse medo é mais indireto do que direto, talvez por isso cintile tal sinceridade em mim.

Olhando para a política, não quero me ater propriamente a essa suruba partidária e palhaçadas, literalmente palhaçadas, que nos afrontam na TV. Antes de propriamente falar sobre isso, quero propor uma alteração legislativa: O horário político não deve ser mais gratuito, deve ser pago, mas não às emissoras, para nós, nós deveríamos receber! Fica como título de indenização por ter que ver a ruína da tão aclamada democracia. Por que indenização? Por danos morais... Ah, e quantos danos... Quantos danos... A moralidade está “danada” mesmo, e daqui guia-se minha linha de raciocínio.

A indústria do moral. Ficha limpa. É hilário como as pessoas conseguem distorcer as coisas. A mente do candidato ao poder é tão suja, que Maquiavel se sente minimizado em seu túmulo. Enfim Maquiavel descansa em paz.

Enquanto isso, em algum lugar quente, bastante quente, assustadoramente quente:
- Vá para o céu, Maquiavel – diz o Diabo. – Você é um homem bom, é injusto tê-lo aqui.
Enquanto o Diabo dispensa Maquiavel, passa a propaganda política na TV. Maquiavel sequer questiona.
- Tens razão, Belzebu. Inquestionável sua decisão. – Afirma um capiroto qualquer.
Sobe Maquiavel ao céu, com seu Green Card Celeste, e uma cara de vencido, humilhadamente vencido.

Sim, vencido. Um percentual interessante de candidatos está por aí, se gloriando por ser candidatos “ficha limpa”.

Alguém me responda se ser honesto virou virtude? Agir com honradez em querer governar para o povo é virtude? Alguém, por favor, pare o mundo, o chacoalhe com muita força.

Sabemos que perdemos nossos princípios, quando o erro não assusta mais. Quando o que era para ser estarrecedor, torna-se rotina e motivo de piada. Sabemos que não temos mais escrúpulo quando elogiamos alguém que devolveu uma carteira recheada de dinheiro ao seu dono, quando o que ele fez não foi mais nada que sua obrigação.

Sabemos também, que quando somos assaltados, pensamos ainda bem não terem nos machucado. Sabemos que chegamos ao nosso lixo pessoal, quando olhamos para o mal e ele não nos comove, olhamos para a fome e não nos preocupamos, olhamos para a injustiça e não nos movimentamos. E nesse contexto:
Olhamos para a merda da eleição, e não mudamos nossa Nação.

Fato: o capim comeu a vaca. Alguém precisa urgente enfiar o dedo na goela dele, quem sabe assim, ao sair deste estado, a vaca não se posicione?

Pronto, falei.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Vamos nos divertir?

Tenho gostado de escrever despretensiosamente. Tenho feito isso nos últimos textos, e seus resultados têm me agradado, espero que a você também. Como se dá esse processo, Davi? Eu simplesmente abro o blog, entro no editor de texto e começo a falar e falar... É isso, tente, juro que é uma terapia.

Hoje é segunda. Pra mim não é qualquer segunda. Pra mim é uma segunda-feira pós Jaú, fui para minha terrinha, e a volta me ocasiona algumas reações: primeiro, a nostalgia, fico com dores de um passado muito bem vivido e sempre fico com a impressão que apenas parte de mim volta, a outra fica por lá, vagando na vã esperança de que eu me renda e finque os pés por lá. Segundo, o cansaço, e a segunda-feira por aqui parece se alongar por 48 horas. Agora são 21h11, ainda estou vestido à moda trabalho e ouvindo uma música que me envergonharia de dizer qual.

Jaú sempre me traz reflexão, e guardei esta desde sexta, quando viajei, refleti e achei interessante compartilhar com meus amigos leitores.

No começo de meus dias paulistanos, voltar para casa era uma tarefa fácil, digo isso a respeito da logística. Eu simplesmente sentava na poltrona do ônibus, virava a cara para o lado e dormia. Dormia durante quatro horas e meia, acordava e pronto. Viagem mais que feita. Ultimamente não tem sido esse paraíso.

Piada Oportuna*
"Estação Paraíso, acesso à linha 1, Azul.
Se não for desembarcar, não fique na região das portas."

Só para descontrair, voltando. Minha viagem tem sido uma saga. Enfim, ao chegar em Jaú, perto da rodoviária fui acometido por um Déjà Vu. Vi-me quando criança. Lembrei da expectativa e da emoção que era gerada em mim apenas pela possibilidade de ir viajar. Ir para São Paulo. A viagem seria demais. Eu andaria de ônibus durante muito tempo, veria pessoas diferentes, pararia no Graal Maristela para comer coxinha e tomar coca de máquina. Jurava que a coxinha de lá era mais gostosa (e mais cara, mas essa preocupação era dos meus pais).

Eu gostava daquilo, eu achava encanto em algo banal. Por que atrofiei isso? Me diga, por que atrofiamos ou simplesmente desligamos nossa máquina pessoal de ver a vida com mais cor? Mais aventura?

Podemos ter o prisma do amadurecimento, rotina, blá blá blá... Mas, será que não podemos brigar com isso? Não podemos, talvez, levar a vida menos a sério?

Não podemos, ao invés de reclamar na fila do banco, apenas contarmos umas piadas para o vizinho da frente? A fila não diminuirá com nossos impropérios. O metrô não vai ficar menos lotado se a gente fechar a cara toda hora que alguém pisar em nosso pé. Perdemos o encanto! Viver virou profissão!

Não posso suportar a ideia de ter que viver simplesmente por respirar. Quero entender a vida como dádiva, não quero acordar e me condicionar a enfrentar outro dia, quero viver, gozar com o bem e com o mal.

Vou deixar o último conselho, aproveitem enquanto não cobro. Vai:
Aproveite a vida, da mesma maneira que você a aproveitava quando ela era novidade. Vai ser mais fácil, mais legal, e ainda corre o risco de ser feliz!

Felicidade??? Existe??? Se não me leu no passado, leia agora (clique)!

Obrigado pelos olhos metidos a ouvidos, sempre bom desabafar para vocês.


* estou lendo "A menina que roubava livros", ainda é cedo para indicar ou não, mas o escritor tem o hábito de parar a narrativa e tecer comentários como este. Agradeço a ideia.