segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Vamos nos divertir?

Tenho gostado de escrever despretensiosamente. Tenho feito isso nos últimos textos, e seus resultados têm me agradado, espero que a você também. Como se dá esse processo, Davi? Eu simplesmente abro o blog, entro no editor de texto e começo a falar e falar... É isso, tente, juro que é uma terapia.

Hoje é segunda. Pra mim não é qualquer segunda. Pra mim é uma segunda-feira pós Jaú, fui para minha terrinha, e a volta me ocasiona algumas reações: primeiro, a nostalgia, fico com dores de um passado muito bem vivido e sempre fico com a impressão que apenas parte de mim volta, a outra fica por lá, vagando na vã esperança de que eu me renda e finque os pés por lá. Segundo, o cansaço, e a segunda-feira por aqui parece se alongar por 48 horas. Agora são 21h11, ainda estou vestido à moda trabalho e ouvindo uma música que me envergonharia de dizer qual.

Jaú sempre me traz reflexão, e guardei esta desde sexta, quando viajei, refleti e achei interessante compartilhar com meus amigos leitores.

No começo de meus dias paulistanos, voltar para casa era uma tarefa fácil, digo isso a respeito da logística. Eu simplesmente sentava na poltrona do ônibus, virava a cara para o lado e dormia. Dormia durante quatro horas e meia, acordava e pronto. Viagem mais que feita. Ultimamente não tem sido esse paraíso.

Piada Oportuna*
"Estação Paraíso, acesso à linha 1, Azul.
Se não for desembarcar, não fique na região das portas."

Só para descontrair, voltando. Minha viagem tem sido uma saga. Enfim, ao chegar em Jaú, perto da rodoviária fui acometido por um Déjà Vu. Vi-me quando criança. Lembrei da expectativa e da emoção que era gerada em mim apenas pela possibilidade de ir viajar. Ir para São Paulo. A viagem seria demais. Eu andaria de ônibus durante muito tempo, veria pessoas diferentes, pararia no Graal Maristela para comer coxinha e tomar coca de máquina. Jurava que a coxinha de lá era mais gostosa (e mais cara, mas essa preocupação era dos meus pais).

Eu gostava daquilo, eu achava encanto em algo banal. Por que atrofiei isso? Me diga, por que atrofiamos ou simplesmente desligamos nossa máquina pessoal de ver a vida com mais cor? Mais aventura?

Podemos ter o prisma do amadurecimento, rotina, blá blá blá... Mas, será que não podemos brigar com isso? Não podemos, talvez, levar a vida menos a sério?

Não podemos, ao invés de reclamar na fila do banco, apenas contarmos umas piadas para o vizinho da frente? A fila não diminuirá com nossos impropérios. O metrô não vai ficar menos lotado se a gente fechar a cara toda hora que alguém pisar em nosso pé. Perdemos o encanto! Viver virou profissão!

Não posso suportar a ideia de ter que viver simplesmente por respirar. Quero entender a vida como dádiva, não quero acordar e me condicionar a enfrentar outro dia, quero viver, gozar com o bem e com o mal.

Vou deixar o último conselho, aproveitem enquanto não cobro. Vai:
Aproveite a vida, da mesma maneira que você a aproveitava quando ela era novidade. Vai ser mais fácil, mais legal, e ainda corre o risco de ser feliz!

Felicidade??? Existe??? Se não me leu no passado, leia agora (clique)!

Obrigado pelos olhos metidos a ouvidos, sempre bom desabafar para vocês.


* estou lendo "A menina que roubava livros", ainda é cedo para indicar ou não, mas o escritor tem o hábito de parar a narrativa e tecer comentários como este. Agradeço a ideia.

3 comentários:

  1. Muito bom Davi! E você tem razão, nós vemos a vida de um jeito tão complicado, mas se olharmos com outros olhos, ela é tão fácil e bonita! Gosto muito das suas postagens e do seu blog! Acompanho sempre, nunca pare.
    Beijo!

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  2. bem vindo ao mundo dos que começam a amadurecer...afinal 3 de setembro volta todo ano...beijos!

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  3. Pois é.. depende do modo (a cor) que cada um encara a vida. Não é preciso levar tão a sério. Tem razão.

    by Herweg

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