Bom... Nosso primeiro natal... Pensei em escrever algo, me juntei a Santa Claus, e cá estou. Na véspera, e vou ter que confessar que não tenho bom relacionamento com o Natal. Não gosto muito dessa data. Acho a festa mais demagoga, apesar de entender o sentimento de redenção.
Não tenho a intenção de me prolongar, afinal preciso manter o protocolo social e encher a pança... Mais demagogia! Enfim, faço parte dessa terra fissurada em relacionamentos mentirosos, então, estou dentro, coloco meu sorriso no rosto, interpreto e faço minha diplomacia.
Não gosto de ser o estraga festa, não gosto de desmotivar as pessoas, mas eu acho o natal a maior sacanagem do ano. Sim...
Posso elencar inúmeros argumentos para isso, peço que não me olhem com amargura e nem me vejam como uma pessoa azeda, assim como muitos não gostam de comemorar aniversário ou detestam surpresa, o natal se encaixa para mim nesse desgosto pessoal. Vamos lá...
Primeiramente, natal, nascimento de Jesus... Argh! Preciso argumentar? Acho que não... Jesus está no lugar mais distante... ok!
Segundo, Papai Noel, os pais trabalham o ano inteiro pra dar um presentinho melhor para o gurizinho, quem leva o crédito? O "bom" velhinho! A maior sacanagem da paróquia.
Terceiro, somos maus o ano inteiro, não nos preocupamos com ninguém, falamos mal de todos, xingamos até a terceira geração dos nossos desafetos, e de repente, por 24 horas somos as pessoas mais bondosas do mundo, querendo paz, amor, alegria... Esse sentimento é tal qual Papai Noel, aparece um vez no ano. Nisso que eu entendo o sentimento de redenção.
É... Aí que entra a necessidade de mentirmos para nós que não somos tão ruins quanto dizem ou quanto nos acusamos... O Natal tem essa falsa magia, de que podemos chutar o balde o ano todo e termos momentos de torcida positiva - lapsos, melhor dizendo - como se isso fosse mudar algo.
É interessante que festejemos, afinal ninguém é de ferro, e de fato, as lutas do ano todo são um cão, só não podemos cair na besteira de acreditar que um dia faz de nós melhores, faz de nós unidos, faz de nós pessoas melhores, esse sentimento acaba junto com a ressaca, seja ela etílica, moral ou gastronômica.
Sei que não sou a melhor pessoa para apoiar ilusões, meu estilo "pé no chão" tem o hábito de acabar com isso, mas por favor, sem falso moralismo, é melhor ser um troglodita sincero a ser um monge puritano tucano em época de eleição. Caiamos na real.
Enquanto arrotamos peru, chester (o que é chester?), leitoa e afins, alguém tenta aí matar um leão pra sobreviver... Mais demagogia, confesso, ela deixa os textos lindos!
Feliz Natal!