sábado, 25 de dezembro de 2010

Então é Natal. E o que você fez? Nada!

Bom... Nosso primeiro natal... Pensei em escrever algo, me juntei a Santa Claus, e cá estou. Na véspera, e vou ter que confessar que não tenho bom relacionamento com o Natal. Não gosto muito dessa data. Acho a festa mais demagoga, apesar de entender o sentimento de redenção.

Não tenho a intenção de me prolongar, afinal preciso manter o protocolo social e encher a pança... Mais demagogia! Enfim, faço parte dessa terra fissurada em relacionamentos mentirosos, então, estou dentro, coloco meu sorriso no rosto, interpreto e faço minha diplomacia.

Não gosto de ser o estraga festa, não gosto de desmotivar as pessoas, mas eu acho o natal a maior sacanagem do ano. Sim...

Posso elencar inúmeros argumentos para isso, peço que não me olhem com amargura e nem me vejam como uma pessoa azeda, assim como muitos não gostam de comemorar aniversário ou detestam surpresa, o natal se encaixa para mim nesse desgosto pessoal. Vamos lá...

Primeiramente, natal, nascimento de Jesus... Argh! Preciso argumentar? Acho que não... Jesus está no lugar mais distante... ok!

Segundo, Papai Noel, os pais trabalham o ano inteiro pra dar um presentinho melhor para o gurizinho, quem leva o crédito? O "bom" velhinho! A maior sacanagem da paróquia.

Terceiro, somos maus o ano inteiro, não nos preocupamos com ninguém, falamos mal de todos, xingamos até a terceira geração dos nossos desafetos, e de repente, por 24 horas somos as pessoas mais bondosas do mundo, querendo paz, amor, alegria... Esse sentimento é tal qual Papai Noel, aparece um vez no ano. Nisso que eu entendo o sentimento de redenção.

É... Aí que entra a necessidade de mentirmos para nós que não somos tão ruins quanto dizem ou quanto nos acusamos... O Natal tem essa falsa magia, de que podemos chutar o balde o ano todo e termos momentos de torcida positiva - lapsos, melhor dizendo - como se isso fosse mudar algo.

É interessante que festejemos, afinal ninguém é de ferro, e de fato, as lutas do ano todo são um cão, só não podemos cair na besteira de acreditar que um dia faz de nós melhores, faz de nós unidos, faz de nós pessoas melhores, esse sentimento acaba junto com a ressaca, seja ela etílica, moral ou gastronômica.

Sei que não sou a melhor pessoa para apoiar ilusões, meu estilo "pé no chão" tem o hábito de acabar com isso, mas por favor, sem falso moralismo, é melhor ser um troglodita sincero a ser um monge puritano tucano em época de eleição. Caiamos na real.

Enquanto arrotamos peru, chester (o que é chester?), leitoa e afins, alguém tenta aí matar um leão pra sobreviver... Mais demagogia, confesso, ela deixa os textos lindos!

Feliz Natal! 

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

5.000!





Aos que comentam...
Aos que leem, mas não comentam...
Aos que enviam meus textos para a Revista Veja e ao Arnaldo Jabor...
Aos que falam que leem, mas só começam e não terminam, porque acham chato, mas por amizade mentem pra mim...
Àquelas que me amam, que começam a escrever um comentário, mas desistem achando que serão reconhecidas...
Aos egoístas...
Aos jauenses...
Aos paulistanos...
Aos mackenzistas...
Aos chefes (lembrem-se disso para me dar aumento)...
E especialmente:
A mim! Afinal, tenho que honrar meu egoísmo!

Chega de birra!


Acredito que com esse texto eu chegue aos 5.000 acessos. Obrigado a quem lê. Creio que chegará o dia em que isso será o acesso diário, mas enquanto estamos em um clima familiar posso dizer não a censura e dizer deliberadamente o que penso. Vou direto ao ponto.
Tenho problemas em me relacionar com pessoas com a síndrome de Peter Pan. Sim, pessoas que não crescem e não amadurecem. Há de se deixar claro, para que todos entendam, que os atributos infantis na vida de um adulto são louváveis quando se tratam de ingenuidade, não ser tão sério e coisas afins, mas quando se trata de birras e melindres, definitivamente aí está a hora de um belo “basta”.
Os que me acompanham rotineiramente sabem que meus textos, em sua maioria, partem de vivências do cotidiano, e como a vida nos prega peça diariamente, fatalmente temos os problemas parecidos, alterando apenas seus endereços, quiçá nem isso.
Eu, como um bom cristão, faço menção de algumas palavras do apóstolo Paulo: “Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino.”
Eu compreendo a preocupação do apóstolo. Sim. Quando criança as coisas são mais fáceis, as pessoas ficavam atentas ao nosso choro e de prontidão agiam, dispostos a fazerem qualquer coisa para a alegria do chorão. Entendo também, que qualquer coisa que pegávamos na mão, quando criança, trazia consigo o valor de ser a última vez de tê-la, e largá-la para algo novo, só se estivesse em vista e tivesse um aspecto melhor. São situações cômodas. Não crescer, de fato é interessante. Porém, é irritante.
Particularmente não tenho paciência com quem tem medo da realidade, tenho certo asco de quem não encara a vida, não olha a realidade e se priva de crescer por medo de ter que parar de chorar para conquistar as coisas.


Algumas pessoas demorarão a crescer, mas eu garanto, o luxo de ser criança eterna pertence apenas aos dementes. Fatidicamente o dia chega, e junto com o crescimento vem a realidade. E a realidade além de ser dura, se encarregará em nos mostrar o quão imbecil fomos. Com isso vemos também a oportunidade de entender as pessoas, de amar e de ser amado e sabemos, com dor no peito, que éramos apenas tolerados.
Não somos nem nunca seremos perfeitos. Podemos errar, felizmente temos esse direito, não é errado errar, desde que o nosso erro seja um acidente. As coisas parecem mais fáceis quando se arma um berreiro, mas elas se conquistadas assim, tornam-sem vulneráveis, passíveis de não serem valorizadas nem perpetuadas. Tentemos pelo trabalho árduo, pela insistência, pelo erro consertado. Há tempo para chorar, mas não usemos esse tempo para manha, gastemos nossas lágrimas com algo que a valha: com nossas dores, com nossos amigos, com nossas conquistas e com nossos amores.

Crescer faz parte da vida, é um item necessário, podemos até protelar, mas garanto que o processo de amadurecimento terá que ser mais rápido, acredite, usará lágrimas nele também.

Pense antes de agir. E não se esqueça, nossa infantilidade alcança a todos, e nem sempre todos são pacientes, alguns dão umas belas palmadas...


ps: Assim que acabei de escrever este texto, na madrugada do domingo, corri para tomar chuva,   de quebra levei comigo meu irmão e minha amiga Dats. Coisa de criança, e acredite, essa infância não quero perder nunca!

domingo, 5 de dezembro de 2010

Onipresente, onipotente, onisciente e online

Eu não sou Deus, sequer tenho tal pretensão. Aliás, talvez seja uma das últimas coisas que gostaria de ser em minha vida. Gostaria de ser uma onda do mar, uma tarde chuvosa ou nessa linha deísta, porque não um semideus. É um semideus, poderia vagar entre a dor de ser um humano e a sátira de brincar com o universo e às vezes até sentir o reflexo da minha própria brincadeira. Um deus que fica em cima do muro, conveniente, nem homem nem deus, uma divindade pe essedebista. Enfim...

Tenho um sério distúrbio, eu descanso o corpo, mas minha mente nunca tira férias, chego em momentos de dormir a noite toda, acordar cansado de tanto sonhar, sonhar é bom, enobrece o homem e blá blá blá, mas tem seu lado ruim. E como tem. O sonho em demasia gera expectativa, apenas um percentual ínfimo dos sonhadores tem suas conquistas totalizadas. Assim, como um simples mortal que inveja os poderes sobrenaturais desses privilegiados, sonhar em excesso fatalmente faz mal à esperança. Mas... O que nos resta? Resta conjecturar. Nesses pensamentos infindáveis: se eu fosse Deus?

Se eu fosse Deus... Como eu agiria? Preliminarmente, antes de ser ovacionado pelos cristãos xiitas que me leem, saibam todos quantos lerem que o fato de agir diferente do Soberano não faz de mim um ateu libertino metido a déspota inconformado com o sistema “divínico” de governar a terra. Tentemos sair do patamar da religiosidade doentia e tentemos entender como uma possibilidade de entretenimento, ok? Não há heresia.

Sabe aqueles dias que você não deveria ter acordado? Acorda atrasado, não tem roupa passada pra ir trabalhar, perde o ônibus, queima a língua com o café e bate o dedinho do pé na mesa de centro da sala. Então, se eu fosse Deus eu alertaria as pessoas em sonho sobre isso, sinistramente tocaria a música do plantão da Globo em meio ao sono e falaria “meu filho, não levante da cama hoje, dia fadado a falir.” É, faria isso.

Avisaria sobre várias coisas, inclusive sobre as várias pessoas em que depositamos a maior confiança, o maior amor e depois sem pestanejar nos frustram, como num estalar de dedos. Avisaria aos mortais que isso é comum, e ainda faria a ressalva que não é minha culpa.

Como Deus, certamente eu engordaria todos os sarados e mulheres frutas (ainda mais, sacanagem eu sei) e quanto mais comessem mato para emagrecer, mais se tornariam uma bola (estilo Ronaldinho). Desenvolveria a picanha light, ou ainda melhor, as massas e doces emagrecedores. Afinal porque tudo que é bom engorda? De fato eu faria a tal “justiça divina”.

Acabaria com o telemarketing e de quebra com o gerundismo. Acabaria com as filas, e ainda avisaria a todos que tele-sena, mega-sena, mulatas do carnaval e tekpix não passam de engodo! Instituiria tipo um Procon preventivo celeste.

Enfim, acabaria e mudaria muita coisa, mas olhando bem para os meus planos, de certo eu tiraria toda a graça da vida, o legal da expectativa, o interessante de não saber ao certo o que pode acontecer. Afinal, só nos lembramos com um sorriso no rosto das coisas que nos doeram e foram superadas, sem elas não teríamos história nem vida, sequer um papo no bar. Infelizmente a vida é feita de desgraça superada, é o que nos faz diferente: a surpresa. Deus sabe o que faz, e se não soubesse de certo não me daria seu cargo. Eu tiraria toda a graça. 

Comente aí, o que você faria sendo Deus?

* o título é um plágio de @OCriador

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Eu robô? Passo...

Nem meu próprio blog me reconheceu. Tamanha ausência. Desde logo peço desculpas aos que me leem, e aos que não me leem: que se f*dam! Não lerão mesmo, posso xingar.

Bom, fato é que estou destreinado e muitos acontecimentos grandes passaram pela nossa terrinha desde o meu último post. Me recordo, porém, do índice de tolos que eu mediria com a eleição do Tiririca. Como esperado, alto. Aos que fizeram essa insanidade, não terão direito de argumentar nada sobre política nesses próximos quatro anos, afinal seu argumento é tão nobre quanto o seu candidato. Pífio. Enfim...

Dilma foi eleita. Como cristão, aguardo os milagres.

E o Rio? Interessante o método de desmarginalização Jack Bauer. Parece legítimo? Só espero que o investimento em educação, moradia e saúde venha com a mesma força que essas tropas estão invadindo morro acima... Não é uma piada... Sim, eu sou um sonhador.

Cá estou, de volta, sem pretensões de tamanha ausência novamente, ao som de Phil Collins e depois de uma síntese das notícias gerais, atenho-me ao meu texto.

Nesse tempo muitas ideias se apresentaram, inclusive conheci muitas pessoas. Sazonalmente conheço pessoas com certas tendências psicopatas, imã natural, identificação talvez. E por falar nela, dedico este texto à minha amiga Lilian, que me conhece há alguns dias e já devorou todo meu blog. Muito bom gosto. O psicopata é carinhoso, você me entende.

Chega de tre-lê-lê.

Despretenciosamente escrevo, again.

Ontem quando entrei no elevador, um senhor de súbito me parou e disse: "Dez reais pra descer!" Ele sorriu e me disse que se não levasse a vida na brincadeira ele morreria (apesar de nenhuma aptidão para piadas). Por oito andares passaram inúmeras coisas na minha cabeça, como circuncidá-lo a sangue frio ou ainda enfiar um guaxinim em sua cueca. O senhor "minha vida é pura diversão" então se despediu com um largo sorriso no rosto, eu como um bom diplomata, devolvi o sorriso e praguejei internamente alguns insultos.

Acontece que não parou por aí, o senhor a la Bozo se foi, e eu. Ah eu! Eu refleti! Shit! Eu minha maldita mania de aprendizado. Enfim... Fui posto na parede por mim mesmo. Me obriguei a me mudar, novamente.

Não sei qual a intenção da "senhora vida" no ser humano, tenho crido que a vida tende a nos por num processo de automatização, ela deve querer nos robotizar, nos por em redomas espessas e invisíveis, uma redoma que cheira "ser alheio". Sim. Eu sempre parti da premissa que a vida não deve ser levada a ferro e fogo, e do nada percebi que minha sensibilidade é instantânea e tem prazo de validade. Até sinto pena, até me comovo, até choro, mas na sequencia coloco minha capa da necessidade vital de ser alguém e esqueço que as pessoas devem ser entendidas e levadas a sério.

Eu carrego comigo uma culpa, culpa por não sentir culpa. Por que somos tão indiferentes? Qual tem sido minha motivação de viver? Me vejo como uma pessoa com poucos propósitos verdadeiros, sabe aqueles propósitos que te fazem ser lembrados? Hoje sou apenas uma pessoa que quer ser lembrada por mim. Vale a pena? Fernando Pessoa já diria que tudo vale a pena se a alma não é pequena. Onde vende um medidor de alma? Preciso.

Tenho sérios problemas em encarar a vida como o fim de quem só se realizou pessoalmente. Me perturba a ideia de não deixar saudade, de não haver um intervalo de reflexão ao citar meu nome em uma roda de amigos: "É... Esse cara faz falta."

Não pretendo me estender nesta nostalgia, mas gostaria de refletir. Onde nosso anseio tem nos levado? Garanto: mais vale sorrir de bobo num elevador do que ganhar muito dinheiro fazendo elevador e não entender que antes de sermos um pedaço de papel moeda, somos emoções... Se chorei ou se sorri, o importante é que emoções eu vivi.